El barquinho de papel de Mislene Viana

Autora: Mislene Viana

Mislene Viana con ‘Amarás América’

Os hablo hoy de Mislene Viana, una de las protagonistas de ‘La curva de los pirilampos’ (‘La curva de las luciérnagas’), el relato dedicado a Brasil dentro de la trilogía ‘Amarás América’ (Viaje a las intimidades de México, Brasil y Bolivia). Ella es una de las grandes promesas del arte multidisciplinar brasileño, una mente privilegiada de esos rincones perdidos del mundo iberoamericano que está abriéndose camino en el controvertido mundo de la escena y sus desafíos. Mis fue alumna de nuestros cursos de ‘arte-periodismo’ en Volta Redonda, en el barrio de Caieiras, donde compartimos gratísimos momentos con niños y adolescentes que asistieron a este taller de verano dentro del proyecto ‘Espacio de Lecturas’ de IDEAIS.

Unos años después de nuestra visita a Río de Janeiro ella viajó a Finlandia en un proyecto de intercambio entre Brasil y Europa gracias a la mediación de la Comisión Europea y el Ayuntamiento de Murcia. Fue una ilusión muy grande para todos, porque nuestra pequeña aportación creció y creció, y gracias a aquella visita nuestra a IDEAIS muchos jóvenes brasileños quisieron experimentar otros lugares y viajar para aprender y compartir todo lo que la vida nos pone a nuestro alcance. Recibí esta carta de ella y ahora la rescato porque todo lo que dice sigue estando tan vigente antes como ahora. ¡¡¡¡Felicidades Mis!!!! Suerte en tus proyectos, con tus alumnos. Sigue aprendiendo y viviendo la vida.

Miss y una reina

Mis y una reina, su mamá Lourdes

Tá aqui, tá em casa

Minha historia de arte-educadora no bairro Caieiras em Volta Redonda –Rio de Janeiro se iniciou em 2005 no projeto «Espaço de Leituras». Desenvolvi o projeto “Quem vai pra ilha?” A opção por trabalhar a corporeidade, através da linguagem teatral já era uma necessidade de criar um jogo coletivo, em que há momento de agitação ou de pleno repouso, avivando a escuta corporal, apoiando–se em conceitos de ética e respeito. A turminha se apresentou bem agitada, confesso que tive que me desdobrar bastante para planejar e “replanejar” maneiras de tornar um ambiente aconchegante e vivo. Estudei formas para reforçar a nossa interação, então, após alguns encontros eu observei que eles se sentiam livres para perguntar em nossa roda de conversa inicial,  onde escolhíamos juntos  algumas regras de disciplinas. Acreditamos nas nossas idéias e sonhos de barquinho de papel a arco íris lá do céu, então, confeccionamos óculos escuros através de placas de acetato e conhecemos o céu dessa ilha, quando é verão aqui no hemisfério sul e ainda nos deliciamos com as lendas da Mitologia grega. Criamos e registramos algumas constelações. Com o passar do tempo percebi, que o conteúdo do nosso trabalho se apresentou na forma em que ele foi desvelado e que através do brincar podemos dramatizar  e revelar um mundo de encantos.

Capítulo de 'Amarás América' dedicado a Mis

Capítulo de ‘Amarás América’ dedicado a Mis

Quando conheci os jornalistas de Murcia (Espanha): Manuel Madrid e Teresa Luengo em Volta Redonda, eles estavam ministrando workshop de jornalismo com alguns jovens da cidade. Conseguimos desfrutar da presença deles em algumas tardes quentes. Com vozes poéticas, eles nos provocaram a interagir com algumas histórias da cidade, assim, tínhamos que recorrer a nossa capacidade reflexiva e criativa. Eles nos faziam perguntas improváveis e se divertiam com nossas respostas, com seus olhares de motivação, nos apresentaram um texto desafiador, que poderia ser dramatizados através do teatro ou da música. Conversamos sobre sonhos e desejo, e em momentos de café na cozinha, celebramos dias alegres em que pertencíamos a uma mesma nação. Manuel e Teresa deixaram risadas e saudades em Volta Redonda, nos ensinaram a enxergar nossos potenciais criativos e a representar o mundo a nossa maneira.

Vendedor de helados en la playa de Copacabana (Río de Janeiro, 2006). Foto: Manuel Madrid

Vendedor de helados en la playa de Copacabana (Río de Janeiro, 2006). Foto: Manuel Madrid

Para o brasileiro que tem a oportunidade de começam sua história em uma casa, sendo ele pobre ou rico, sua casa é limpa, as panelas brilham sobre a pia, o filtro de água é de barro e em cima da geladeira há um pingüim ou um liquidificador com sua roupinha colorida com ares de festa. Na sala um quadro de são Jorge o milagroso santo em seu cavalo e empunhando uma lança dirigida contra um dragão. Em cima da mesa da cozinha um cesto de frutas frescas ou flores de cores vivas. Nossa comida tem muita salada, arroz, feijão as carnes são de vaca, porco, galinha e às vezes até de cabrito. No Rio de Janeiro se come a feijoada, que é feita com feijão preto e alguns pedaços de rabo, orelha e pé de porco, e ainda pode se servir com um pedaço de laranja. A bebida mais popular é a caipirinha com pinga pura limão e gelo. Se andarmos por qualquer bairro do Rio de janeiro, encontraremos crianças pulando corda ou “indo no rabo de arraia”, “armado de ponteira” para jogar capoeira.

A diversidade cultural do país é grande, se formos por exemplo do Rio de janeiro para São Paulo ou Pernambuco encontraremos um português falado com diferente sonoridade. O trabalho das festividades do Brasil como: carnaval, festa junina, e rodas de samba. É feito durante todo o ano por mãos anônimas que transmitem seus sentimentos a cada peça, a espera de alguns dias de brincadeira. O ano inteiro tem ensaio de grupos e confecção dos figurinos. Nas cidades do interior do Rio de Janeiro o trabalho é feito por organizações comunitárias sem lucros financeiros e que muitas vezes economizam dinheiro das suas vontades pessoais para comprar os enfeites e concertar os instrumentos. As novas gerações recebem, das mais velhas, suas técnicas, identidade e expressão.

O Brasil já deixou há um bom tempo de ser somente o país do futebol ou do carnaval, passou também a exportar informação, podemos citar Alberto Santos Dumont com seu 14bis, tornou-se o pai da aviação e o nosso mais inesquecível criador. Os satélites para serem lançados em qualquer lugar do mundo, tem que vir primeiro ao Brasil para serem testados no IMPE. O português está cada vez mais falado pelas grandes comunidades do Japão, França, Itália que aqui habitam, já podemos dizer por aqui não tem fronteiras entre as culturas, tá aqui, tá em casa.

Mislene Viana (26 anos)                                                                                                 Barra Mansa (Río de Janeiro / Brasil), 7 de dezembro 2009

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